domingo, 17 de setembro de 2017

"Mamã, porque é que o teu trabalho te vê mais do que eu?"


#@ É oficial: está aberta a época dos porquês (e sempre difíceís - como podem ver neste post) cá por casa. Agora, "do nada", a Mariana coloca questões, cada vez mais duras de (uma mãe ou pai) ouvir. 

A mais recente, e que me deixou de "boca aberta" (e coração partido) foi ontem, após uma ida às compras em família, na viagem de carro para casa: "Mamã, estás a ouvir?; "Sim filha, diz"; "Estive a pensar. Porque é que o teu trabalho te vê mais do que eu?"... Ups (toma lá que é para aprenderes mãe! mariana 1 - mãe 0); olhei para o maridão e ele para mim e reinou o silêncio total por uns cinco segundos, até que eu consegui dizer: "Filha, já falamos sobre isto, a mãe e o pai têm de trabalhar para ganhar o tostão para a comida, a roupa, a escola". A princesa não respondeu e o assunto ficou por ali (pelo menos para ela, porque eu não consegui esquecer ainda agora!).

Racionalmente, acredito (ou tento convencer-me, sei lá!) que todos os sacrifícios que faço (fazemos!) são para dar uma vida melhor e mais estável à nossa filha, e podermos, no futuro, aumentar a família (a Mariana pede um mano há algum tempo como vos contei aqui). Mas no fundo, tudo o que ela quer é "tempo"; este "sujeito díficil" que passa a voar e não volta atrás. Uma palavra com cinco letras apenas e, no entanto, tão poderosa. E é o que eu não lhe consigo dar (pelo menos tanto quanto ela (e eu) gostaríamos).

Há dias em que saio a correr de casa antes das sete da manhã; deixo a princesa na escola; voo para o trabalho (onde passo entre 10 a 11 horas); volto a correr para casa para a ir buscar (ou para "render" o maridão que tem de sair para ir trabalhar - somos o "casal horários trocados"); banho; jantar; brincar e mimar, e já está na hora de dormir e começar de novo.

Tento ser a melhor mãe que consigo e dedicar o máximo de tempo possível à princesa; sei que ela é uma menina alegre e cheia de vida; e é a nossa total prioridade. Mas, mesmo assim, não consigo deixar de sentir que o tempo que lhe dedico não chega; que deveria ser possível esticar as horas (ou encolher o tempo no trabalho!) para aproveitar ainda mais a benção de a ter na minha vida; na nossa vida. E ela está a crescer demasiado depressa... 

Confesso que há alturas em que sinto que o tempo se ri de mim... Dias em que não consigo dar resposta a todos os desafios a que me proponho, sobretudo no maior e mais importante de todos: ser mãe. Nesses "momentos" penso para comigo: "aumentar a família como se o tempo já é tão curto agora? Como será depois?..." E aí, "bate o medo" (ou a covardia, talvez....).

Desculpem o desabafo, mas precisava "deitar cá para fora" este peso. Mais alguém por aí a querer parar o tempo e a sentir que não está presente na vida dos rebentos tanto quanto gostaria? Mais alguém cujos rebentos estejam na fase dos "porquês doloros"? "Falem" comigo para saber que não sou caso único (e aliviar um pouco esta dor); "sou toda ouvidos". 

Nunca é demais deixar-vos o convite para nos seguirem no facebook aqui e para nos seguirem no blogue aqui (basta clicar em seguir no canto superior direito e já está!). Sabem que são sempre bem vindos!!!

@Mamã do @Bazar @#

1 comentário:

  1. Olá, cá por casa decidimos reduzir para metade o meu horário de trabalho, só recebo metade do ordenado, deixo de lhe dar tudo e mais alguma coisa, ao qual ele ainda não dá valor, mas dou -lhe o que mais precisa, tempo de qualidade com a mãe.

    ResponderEliminar

"Não gosto do que vejo..."

#@ ... Era a frase que mais dizia para mim mesma quando me olhava no espelho. Não o dizia em voz alta. Calava-o. Guardava-o. Reprimia-o. Diz...